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Dia Mundial da Saúde Mental: Brasil é o país com a maior taxa de depressivos na América Latina

No Brasil, dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 5,8% da população, o que representa 11,7 milhões de brasileiros, sofre dessa condição.
(C)MikhailBandarenka

No dia 10 de outubro, celebramos o Dia Mundial da Saúde Mental, uma data dedicada a promover a conscientização sobre os desafios relacionados à saúde emocional da população. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com depressão. No Brasil, dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 5,8% da população, o que representa 11,7 milhões de brasileiros, sofre dessa condição.

Comemorado anualmente desde 1992 pela Federação Mundial para a Saúde Mental (WFMH), este dia busca retirar o estigma associado às doenças mentais, proporcionando uma oportunidade para discutir o tema abertamente e buscar apoio. A psicanalista e filósofa Ana Matos ressalta que a importância do cuidado com a saúde mental não deve ser reconhecida apenas em momentos de crise. “A saúde mental não é apenas a ausência de doenças, mas sim um estado de bem-estar que envolve o aspecto emocional e psicológico.” Segundo Ana, cuidar da saúde mental reflete diretamente na qualidade de vida, influenciando relações pessoais e escolhas alinhadas com seus próprios valores.

 

Quebra do estigma e abertura ao diálogo

Infelizmente, a busca por ajuda psicológica ainda é frequentemente associada como um sinal de fraqueza ou algo reservado apenas para crises extremas. Essa percepção pode impedir que muitos indivíduos procurem o apoio necessário, resultando em consequências graves para sua saúde mental. A visão distorcida sobre a terapia é intensificada pela falta de conhecimento sobre seus benefícios e funcionamento.

Entretanto, promover conversas mais francas sobre saúde mental e encorajar as pessoas a falarem sobre seus desafios pode ajudar a enxergar a terapia como uma prática proativa, educacional e preventiva, em vez de uma solução de último recurso. “É preciso romper com o preconceito. Falar sobre nossas emoções é um passo crucial para a transformação social. Quando nos permitimos dialogar, começamos a criar um ambiente mais acolhedor”, explica Ana Matos. Reconhecer a terapia como uma ferramenta para o bem-estar emocional e psicológico contribui para a construção de uma cultura de apoio e compreensão, onde os indivíduos se sintam mais à vontade e seguros para buscar ajuda.

 

Benefícios da terapia

O acompanhamento da psicoterapia desempenha um papel fundamental na melhoria e manutenção da saúde mental, oferecendo uma compreensão profunda de si mesmo e contribuindo para o tratamento de diversas condições psicológicas. Como explica a terapeuta Ana Matos, “a terapia não serve apenas para resolver questões pontuais, mas também para entender como você funciona, quais são seus padrões mentais e como você lida com suas emoções”. O processo de autoconhecimento é um dos principais benefícios da terapia, permitindo que os indivíduos compreendam melhor seus comportamentos e reações em diferentes situações.

Além disso, Ana destaca a importância da terapia no tratamento de doenças mentais, como transtornos de ansiedade, pânico, depressão e transtornos alimentares ou de personalidade, como o Borderline. “A terapia é essencial no tratamento psiquiátrico, pois ajuda a compreender os gatilhos e comportamentos que alimentam esses transtornos, oferecendo um olhar psicoeducacional sobre o que acontece no cérebro durante uma crise”, afirma a profissional de saúde mental.

Outro benefício significativo da terapia, segundo Ana, é a “liberdade de ser”, que permite que os indivíduos vivam de acordo com seus próprios valores e necessidades. “Isso inclui aprender a lidar com opiniões, pressões e expectativas sociais, saber dizer não quando necessário e estabelecer limites para manter sua autenticidade. Promovendo um melhor autocuidado, a terapia ajuda você a viver de forma mais alinhada com quem você realmente é”, conclui a psicanalista.