O setor de metalurgia e fundição ganhou novamente projeção com a Metalurgia 2023 – Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Siderurgia, Forjaria, Alumínio e Serviços, que aconteceu de 19 a 22 de setembro, na Expoville, em Joinville (SC).
Durante os quatro dias, 18 mil pessoas circularam no evento. Os visitantes, vindos de 17 estados brasileiros e de países como Argentina, Paraguai e Peru, tiveram a oportunidade de conhecer equipamentos, produtos, serviços, tecnologias e soluções inovadoras, apresentadas pelos 210 expositores nacionais e estrangeiros dos Estados Unidos, Itália, Espanha, Inglaterra, Argentina, Turquia, China e Rússia.
Após um intervalo de cinco anos motivado pela pandemia, a feira retomou seu espaço de forma renovada, trazendo para o mercado de fundição e metalurgia as principais tecnologias desenvolvidas no Brasil e no mundo.
A sinergia entre a oferta de novas soluções e a demanda do mercado por inovações tecnológicas, garantiram o sucesso da Metalurgia 2023 que deve gerar R$ 300 milhões em negócios nos próximos 18 meses.
“O evento superou as nossas expectativas e cumpriu sua missão de gerar negócios e fomentar o networking. Nosso objetivo é apresentar as principais tecnologias e, certamente, a indústria vai incorporá-las em seus processos, melhorando a produtividade e a lucratividade”, avalia Richard Spirandelli, diretor da Messe Brasil, organizadora do evento.
A importância da Metalurgia para o setor é reforçada por Cacídio Girardi, presidente da Associação Brasileira de Fundição (ABIFA), entidade realizadora do evento. Para ele, além de ser um espaço para relacionamento, troca de informações e integração, a feira é oportunidade para as indústrias evoluírem.
“A feira está acima da expectativa. Aqui o público está vendo equipamentos de última geração, com tecnologia embarcada, competindo com o mundo lá fora. O equipamento que está aqui também está sendo fornecido para outros países. Além disso, através da feira o próprio fundidor tem a oportunidade de colocar seu produto no mercado interno e externo”, destaca Girardi.
Público qualificado
A qualificação do público foi outro ponto forte da 12ª Metalurgia. Entre o público que visitou o evento, 35% tinham poder de decisão, com cargos de diretoria, gerência e proprietários.
A busca por novos produtos e fornecedores foi o que mais atraiu o público para a feira. Já os itens de maior interesse foram as máquinas equipamentos, fundições que possam prestar serviços para a indústria, seguidos por soluções em automação industrial e controle de processos.
Entre os setores mais presentes no evento, destaque para autopeças automotivo, linha agrícola e setor de fundição em geral.
O porte das empresas que visitaram a feira foi outro ponto interessante, sendo a maioria incluída na categoria de 1 a 50 funcionários, o que demonstra o interesse no investimento de alternativas para o crescimento, com tecnologia.
Esses dados se refletiram nos resultados obtidos pela Heareus Electro-Nite Instrumentos, empresa alemã com mais de 160 anos de história e com unidade brasileira sediada em Diadema (SP).
Fornecedora de sistemas de medição e controle para processos de refino de metais, e também atuante na área de siderurgia, produção de aço, usinas de cobre, níquel e silício, a empresa trouxe como destaque para a Metalurgia 2023 seus lançamentos na parte de software.
“Já participei de várias feiras e essa foi a melhor, disparada. A frequência de público foi muito boa todos os dias, com muitos tomadores de decisão. Investimos em um estande maior do que costumamos ter, mas o espaço foi adequado ao volume de pessoas que recebemos na feira. Fechamos negócios e estamos muito satisfeitos”, comemora Octávio Alves Júnior, diretor-gerente América do Sul da Heraeus Electro-Nite Instrumentos.
Pela primeira vez na Metalurgia, Jordan Moura, da WHB Automotive, buscava inovações para a parte de acabamento final de peças automotivas e teve seu objetivo alcançado.
“Encontramos muita novidade, evolução e tecnologia. Já temos conversas encaminhadas e devemos fechar negócios que podem chegar a R$ 1 milhão”, estima o visitante de Curitiba (PR).
Rodada de Negócios
Além das boas negociações concretizadas nos estandes, a Rodada de Negócios foi outro momento especial da Metalurgia 2023.
A atividade reuniu cerca de 140 participantes que representaram 15 empresas compradoras e 50 fornecedoras, em 400 reuniões realizadas, que devem resultar em R$ 25 milhões em negócios, nos próximos 12 meses.
Além de grandes marcas nacionais, vindos de diversas regiões do país, também participaram empresas estrangeiras dos Estados Unidos e Espanha.
Workshops, congressos técnicos e profissionalização
A Metalurgia 2023 também trouxe em sua programação amplo espaço para capacitação profissional.
Além dos workshops realizados pelos expositores, o evento também sediou o Congresso de Tecnologia para Não Oxidáveis, realizado pela Inox do Brasil, e o CINTEC Fundição – Congresso de Inovação Tecnológica, realizado pela plataforma online Doutor Fundição.
O incentivo ao ensino e à profissionalização também estiveram no foco do SESI SENAI, com o objetivo de apresentar o setor de metalurgia e fundição aos jovens e atraí-los para o trabalho na indústria.
“Sabemos que Santa Catarina vive um momento que é o franco emprego e queremos mostrar ao jovem que o setor tem muita tecnologia e que pode ser um caminho de sucesso para ele trilhar. Recebemos em torno de 4 mil jovens no nosso estande e, certamente, tocamos de certa forma cada um deles para que possam se conectar à agenda da metalurgia e metalmecânica, ajudando a indústria a ter mão de obra qualificada no setor”, afirma Daniel Aviz, gerente de operações do SESI SENAI Norte Nordeste.
Missão cumprida e foco em 2025
Para Richard Spirandelli, após cinco anos de ausência, a Metalurgia 2023 retornou com sucesso e superou as expectativas, projetando boas perspectivas para a próxima edição.
“Mais uma vez, a feira cumpriu seu papel de relacionamento, negócios e capacitação, garantindo a satisfação dos nossos expositores, visitantes e parceiros. Estaremos de volta em outubro de 2025, com a 13ª da Metalurgia”, conclui Spirandelli.