Um estudo divulgado recentemente pela OMS (Organização Mundial da Saúde) apontou que o consumo médio de sal entre a população brasileira acima de 25 anos é de 9 gramas ao dia, quase o dobro do limite recomendado pela OMS, que é de até cinco gramas (uma colher de chá). “Infelizmente, há uma adição de sal nas preparações de forma exagerada. Derivado do aumento no consumo de alimentos industrializados que, na maioria, possuem alto teor de sódio, o paladar ‘se acostuma’ à necessidade de cada vez mais sal e sódio nas refeições”, avalia Adilla Almeida, nutricionista do Grupo Hapvida NDI.
O sódio é um micronutriente, presente no sal, e tem como principais atividades controlar as funções renais, pressão arterial e impulsos nervosos. “Além de equilibrar o meio aquoso, chamado de equilíbrio hidroeletrolítico, é também essencial para a absorção de outros nutrientes e no controle de contrações musculares, inclusive do musculo cardíaco”, explica. “Níveis baixos de sódio no sangue podem resultar em uma condição chamada de hiponatremia, que geralmente é causada por disfunções renais e cardíacas e uso de diuréticos. Os sintomas são disfunções cerebrais e espasmos musculares”, acrescenta.
O nutriente é necessário ao organismo, mas de forma moderada. “A literatura nos traz a relação entre sal e hipertensão, que nada mais é do que a elevação da pressão arterial. Ela pode alterar funções em alguns órgãos como coração, rins e sistema nervoso. Além disso, o excesso de sal na corrente sanguínea colabora para estimular o aumento de água para diluí-lo, o que gera inchaços e aumento da pressão nos vasos sanguíneos”, explica.
Equilibrar o consumo de sódio é uma missão que começa na hora de fazer as compras. De acordo com a nutricionista, é importante estar atento aos rótulos dos produtos: “Algumas substâncias sintéticas têm o papel de conservar por mais tempo e/ou substituir substâncias naturais e diminuir seu potencial calórico e o custo. A adição destes aditivos torna o alimento ultraprocessado”.
Alimentação e longevidade
Um estudo publicado no “European Heart Journal”, com dados de mais de 501 mil pessoas, evidenciou uma relação estatística entre uma quantidade maior no consumo do sal e o risco de morte antes dos 75 anos. “Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a redução no consumo do sal pode aumentar a expectativa de vida de indivíduos hipertensos em mais quatro anos, diminuir em 15% os óbitos por AVC (Acidente Vascular Cerebral) e em 10% os óbitos por infarto. Atribui-se à redução de sal a diminuição da necessidade do uso de anti-hipertensivos”, afirma.
A reeducação do paladar é uma meta necessária e possível, conforme Adilla. “Nosso paladar é totalmente adaptável. A redução de sódio nas refeições pode acontecer de forma progressiva. Comece por retirar o saleiro da mesa e evitar os sachês de sal próximos. Prefira temperos naturais para a preparação das refeições e diminua o consumo de alimentos e bebidas industrializadas”, recomenda.
Conforme a nutricionista, os temperos naturais podem ser desidratados e misturados também ao sal numa composição única para ser utilizada no preparo das refeições. “É o que chamamos Sal dietético, composto por meia porção (50%) do recipiente de sal com temperos naturais desidratados (mais 50%)”, explica. Um ponto de atenção ressaltado pela especialista é a escolha feita na hora de temperar a salada. “As saladas são fundamentais, mas seus adicionais precisam manter o equilíbrio da preparação para que ela se mantenha o mais saudável possível. Azeite de oliva, limão e o vinagre podem ser boas opções”, recomenda.
Outra dica de Adilla é estar atento ao consumo de potássio, disponível em frutas, legumes, nozes e laticínios. “O potássio é um eletrólito importantíssimo, responsável pela homeostase no organismo. Contribui para a manutenção e equilíbrio das reações corpóreas mediante suas trocas intra e extracelulares. Alimentos fontes de potássio podem contribuir para diminuição sérica de sódio e, consequentemente, produzir efeitos na redução da pressão arterial e nos riscos de AVC”, conta.
Consuma com moderação
• Bolos e pães.
• Sal.
Evite
• Alimentos ultraprocessados.
• Biscoitos cream cracker, de milho e de polvilho.
• Caldos e temperos prontos.
• Embutidos.
• Frango empanado.
• Macarrão instantâneo.
• Hambúrguer industrializado.
• Refeições prontas e em conservas.
• Requeijão.
• Salsicha.
Os tipos de sal
• De cozinha: “tem iodo adicionado na composição. É importante para as funções da tireoide”.
• Marinho: “contém mais nutrientes, inclusive o iodo, pois não passa pelo processo de refinamento, mas tem valor mais elevado”.
• Light: “possui menor teor de sódio”.
Temperos mais naturais
• Alho.
• Alecrim.
• Cebola.
• Coentro.
• Cominho.
• Cúrcuma.
• Hortelã.
• Limão.
• Manjericão.
• Orégano.
• Salsinha.
• Tomilho.
• Vinagre.
Vale a pena assistir
“O documentário ‘Muito Além do Peso’ traz a discussão acerca da obesidade infantil e a influência da publicidade. Também aborda o quanto a utilização exagerada de alimentos ultraprocessados, com potencial altíssimo de sódio e de outros aditivos, tem causado doenças cardiovasculares.”
Sobre o Grupo Hapvida NotreDame Intermédica
Resultante da fusão entre Hapvida e a NotreDame Intermédica, em 2022, formou-se o maior grupo de saúde e odontologia do Brasil. Os números superlativos do Grupo Hapvida NDI mostram o sucesso da operação que reúne cerca de 15 milhões de clientes, 60 mil colaboradores, 7 mil leitos de atendimento hospitalar e 18% de participação de mercado em planos de saúde.
Presente nas cinco regiões do País, a rede própria de atendimento conta com 85 hospitais, 77 Prontos Atendimentos, 318 clínicas médicas e 269 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial. Dessa fusão, apoiada em inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.